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Brasil ajudará a construir observatório com 100 telescópios
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Brasil ajudará a construir observatório com 100 telescópios
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(Os cientistas acreditam que os raios gama atestam a existência de um "Universo não-termal", onde outros mecanismos permitem a concentração de grandes quantidades de energia em um único quantum de radiação. [Imagem: CTA])
Raios gama
Para entender de que modo corpos celestes - como remanescentes de supernovas, galáxias com núcleo ativo e quasares - emitem radiação gama, um grupo de 1.000 pesquisadores de 27 países vai construir o observatório Cherenkov Telescope Array (CTA).
O experimento, que tem participação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, contará com tecnologia de ponta, capaz de medir a radiação gama produzida durante os fenômenos astrofísicos.
A radiação gama tem energias extremamente elevadas, mas tudo indica que ela não é gerada pela emissão termal dos corpos celestes.
Assim, os cientistas acreditam que os raios gama atestam a existência de um "Universo não-termal", onde outros mecanismos permitem a concentração de grandes quantidades de energia em um único quantum de radiação.
Mas, até agora, conhecem-se muito poucas fontes emissoras de raios gama, o que dificulta esses estudos.
O CTA usará uma rede de telescópios especiais capazes de detectar a radiação de Cherenkov, gerada pela cascata de partículas relativísticas produzidas quando um raio gama de alta energia atinge a atmosfera da Terra.
100 telescópios
O CTA contará com 100 telescópios Cherenkov operados conjuntamente, o que oferecerá a possibilidade de recolher dados mais refinados e imagens de mais alta resolução do que os equipamentos atuais.
"Esse será o experimento mais importante dessa área nos próximos anos,", afirma o professor Luiz Vitor de Souza Filho, um dos pesquisadores envolvidos no projeto.
O CTA possibilitará avanços significativos na compreensão de como os raios gama são produzidos e, portanto, de como os corpos celestes que os emitem funcionam.
"Por ser a radiação de mais alta energia, ela traz informações diferentes daquelas fornecidas pela luz visível", explica Luiz Vitor.
Neste caso, qualidade e quantidade estarão em jogo, já que os 100 telescópios permitirão visualizar fontes de baixa densidade que não são enxergados pelos equipamentos atuais - a sensibilidade do CTA será 10 vezes maior do que qualquer outro observatório em funcionamento.
Segundo o professor, hoje apenas se conhecem 100 fontes extraterrestres emissoras de raios gama de altas energias. Com o CTA, estima-se que esse número suba para 1.000.
Indústria nacional
Além de Luiz Vitor, mais sete pesquisadores brasileiros estão envolvidos no projeto de construção do observatório. Eles são responsáveis pela construção de partes do protótipo, sendo que uma versão experimental completa do equipamento já começou a ser construída na Alemanha.
"Este protótipo alemão servirá para que a tecnologia do equipamento seja testada," conta o professor do IFSC.
A colaboração brasileira no CTA está trabalhando por intermédio de parcerias com a indústria nacional.
O projeto do "corpo" do telescópio foi desenhado pela empresa Orbital Engenharia, de São José dos Campos (SP), enquanto o revestimento dos espelhos, que serve para refletir a luz e protegê-los de quaisquer intempéries, está sendo desenvolvido pela empresa Opto Eletrônica, de São Carlos (SP).
"No momento, temos um projeto desenvolvido pelas empresas nacionais e estamos realizando testes dos protótipos. O objetivo é criar, em parceria com essas empresas, um produto que atenda aos altos padrões do Observatório, de forma que a indústria nacional possa participar da construção dos 100 telescópios previstos", diz Luiz Vitor.
Localização do CTA
O observatório, com inauguração prevista para 2015, tem dois locais favoritos para sua instalação: Namíbia (sul da África) e Argentina.
A escolha do local, que deverá acontecer no ano que vem, segue determinados requisitos, como altitude e regularidade plana do terreno, céu muito limpo, sem poluição e sem contaminação de luz.
"Não foi encontrado no Brasil nenhum local que ofereça essas condições", afirma o professor do IFSC.
O projeto, iniciado em 2010, é financiado por agências de fomento à pesquisa do mundo todo, inclusive do Brasil, como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
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Raios gama
Para entender de que modo corpos celestes - como remanescentes de supernovas, galáxias com núcleo ativo e quasares - emitem radiação gama, um grupo de 1.000 pesquisadores de 27 países vai construir o observatório Cherenkov Telescope Array (CTA).
O experimento, que tem participação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, contará com tecnologia de ponta, capaz de medir a radiação gama produzida durante os fenômenos astrofísicos.
A radiação gama tem energias extremamente elevadas, mas tudo indica que ela não é gerada pela emissão termal dos corpos celestes.
Assim, os cientistas acreditam que os raios gama atestam a existência de um "Universo não-termal", onde outros mecanismos permitem a concentração de grandes quantidades de energia em um único quantum de radiação.
Mas, até agora, conhecem-se muito poucas fontes emissoras de raios gama, o que dificulta esses estudos.
O CTA usará uma rede de telescópios especiais capazes de detectar a radiação de Cherenkov, gerada pela cascata de partículas relativísticas produzidas quando um raio gama de alta energia atinge a atmosfera da Terra.
100 telescópios
O CTA contará com 100 telescópios Cherenkov operados conjuntamente, o que oferecerá a possibilidade de recolher dados mais refinados e imagens de mais alta resolução do que os equipamentos atuais.
"Esse será o experimento mais importante dessa área nos próximos anos,", afirma o professor Luiz Vitor de Souza Filho, um dos pesquisadores envolvidos no projeto.
O CTA possibilitará avanços significativos na compreensão de como os raios gama são produzidos e, portanto, de como os corpos celestes que os emitem funcionam.
"Por ser a radiação de mais alta energia, ela traz informações diferentes daquelas fornecidas pela luz visível", explica Luiz Vitor.
Neste caso, qualidade e quantidade estarão em jogo, já que os 100 telescópios permitirão visualizar fontes de baixa densidade que não são enxergados pelos equipamentos atuais - a sensibilidade do CTA será 10 vezes maior do que qualquer outro observatório em funcionamento.
Segundo o professor, hoje apenas se conhecem 100 fontes extraterrestres emissoras de raios gama de altas energias. Com o CTA, estima-se que esse número suba para 1.000.
Indústria nacional
Além de Luiz Vitor, mais sete pesquisadores brasileiros estão envolvidos no projeto de construção do observatório. Eles são responsáveis pela construção de partes do protótipo, sendo que uma versão experimental completa do equipamento já começou a ser construída na Alemanha.
"Este protótipo alemão servirá para que a tecnologia do equipamento seja testada," conta o professor do IFSC.
A colaboração brasileira no CTA está trabalhando por intermédio de parcerias com a indústria nacional.
O projeto do "corpo" do telescópio foi desenhado pela empresa Orbital Engenharia, de São José dos Campos (SP), enquanto o revestimento dos espelhos, que serve para refletir a luz e protegê-los de quaisquer intempéries, está sendo desenvolvido pela empresa Opto Eletrônica, de São Carlos (SP).
"No momento, temos um projeto desenvolvido pelas empresas nacionais e estamos realizando testes dos protótipos. O objetivo é criar, em parceria com essas empresas, um produto que atenda aos altos padrões do Observatório, de forma que a indústria nacional possa participar da construção dos 100 telescópios previstos", diz Luiz Vitor.
Localização do CTA
O observatório, com inauguração prevista para 2015, tem dois locais favoritos para sua instalação: Namíbia (sul da África) e Argentina.
A escolha do local, que deverá acontecer no ano que vem, segue determinados requisitos, como altitude e regularidade plana do terreno, céu muito limpo, sem poluição e sem contaminação de luz.
"Não foi encontrado no Brasil nenhum local que ofereça essas condições", afirma o professor do IFSC.
O projeto, iniciado em 2010, é financiado por agências de fomento à pesquisa do mundo todo, inclusive do Brasil, como a FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
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