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Brasileiras abrem caminho para exploração de Plutão
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Brasileiras abrem caminho para exploração de Plutão
Com informações da Agência Fapesp - 12/08/2011
Horizonte longínquo
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(Trabalho de pesquisadoras brasileiras chamou atenção da NASA e vai ajudar a otimizar as pesquisas da sonda New Horizons, que está a caminho de Plutão.[Imagem: JHUAPL/SwRI])
Em 2015, a sonda espacial Novos Horizontes (New Horizons), lançada pela agência espacial norte-americana (NASA) no início de 2006, deverá chegar a Plutão.
Seu objetivo principal será caracterizar a geologia e a morfologia e mapear a superfície do planeta anão.
Plutão está em uma região longínqua do Sistema Solar, difícil de ser observada e nunca antes visitada por uma sonda espacial, razão pela qual se conhece muito pouco a seu respeito.
O que pouco se sabe também é que uma equipe de cientistas brasileiras está ajudando a preparar o terreno para que a missão seja o mais bem-sucedida possível.
Chamando a atenção da NASA
Para dar subsídios à passagem da sonda, reunindo o maior número de dados de modo a aumentar o sucesso da missão espacial e o trabalho de coleta de informações, pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Guaratinguetá, têm conduzido uma série de estudos sobre o sistema do planeta anão.
Ana Helena Fernandes Guimarães e Silvia Giuliatti Winter identificaram, por meio de um conjunto de simulações numéricas e modelos analíticos, as chamadas regiões estáveis ao redor de Plutão e de sua maior lua, Caronte, as quais a New Horizons vai explorar.
Os resultados do trabalho foram apresentados em 2009 na Assembleia Geral da União Astronômica Internacional (UAI), que ocorreu no Rio de Janeiro, e chamaram a atenção da vice-chefe científica da missão, Lesley Young.
A cientista do Southwest Research Institute procurou Winter para discutir e fazer algumas simulações sobre essas regiões estáveis do sistema de Plutão-Caronte, que podem ter objetos acumulados da ordem de micrômetros a metros.
"Essas regiões são importantes porque podem acumular alguns materiais e representar um problema para a passagem da sonda espacial. Ou, ao contrário, ser o foco de exploração para tentar localizar e identificar objetos e registrar suas imagens", disse Winter.
Prevendo a descoberta das luas de Plutão
No início de 2011, o grupo da Unesp analisou as regiões estáveis tanto para partículas pequenas (da ordem de centímetros) como para satélites (da ordem de quilômetros) localizadas após a órbita de Caronte, onde foram descobertos em 2005 os satélites Nix e Hidra.
As previsões sobre a possibilidade de essas regiões terem satélites, e qual seria o tamanho máximo e a órbita (trajetória) deles, se concretizaram com a descoberta divulgada no fim de julho pela NASA de uma quarta lua na órbita de Plutão.
Telescópio Hubble descobre quarta lua de Plutão
O satélite, identificado por meio do telescópio espacial Hubble, encontra-se na região prevista e tem os tamanhos delimitados no estudo, que foi publicado em janeiro de 2011 na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
"A localização e o tamanho desse satélite, que foi provisoriamente denominado P4, corrobora nossos resultados. E se agora descobriram esse, que é o quarto satélite, possivelmente pode ter mais satélites em Plutão", disse Winter.
Planeta anão binário
Winter e sua equipe também descobriram que os efeitos de pressão da radiação solar são importantes mesmo na região onde está o sistema de Plutão. E que, se existir um anel no planeta anão, composto por partes originárias dos satélites Nix e Hidra, ele seria difícil de ser observado e muito mais tênue que os anéis de Júpiter.
De acordo com Winter, um dos motivos do interesse da comunidade astronômica internacional pelo estudo do sistema de Plutão-Caronte é que, além de nunca ter sido visitado e explorado por uma sonda espacial, ele representa um sistema único.
"Plutão-Caronte é o que chamamos de sistema binário, ou seja, a massa deles é bem próxima. Em função disso, o modelo dinâmico (de movimento) dele é diferente de um sistema como o de Júpiter e seus satélites. É uma especificidade desse corpo que nunca foi visto de perto", disse.
Bibliografia:
Exploring S-type orbits in the Pluto-Charon binary system
S. M. Giuliatti Winter, O. C. Winter, A. H. Fernandes Guimarães, M. R. Silva
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 404, Issue 1, pages 442-450
DOI: 10.1111/j.1365-2966.2010.16302.x
Gravitational effects of Nix and Hydra in the external region of the Pluto–Charon system
P. M. Pires dos Santos, S. M. Giuliatti Winter, R. Sfair
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 410, Issue 1, pages 273-279
DOI: 10.1111/j.1365-2966.2010.17437.x
Horizonte longínquo
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(Trabalho de pesquisadoras brasileiras chamou atenção da NASA e vai ajudar a otimizar as pesquisas da sonda New Horizons, que está a caminho de Plutão.[Imagem: JHUAPL/SwRI])
Em 2015, a sonda espacial Novos Horizontes (New Horizons), lançada pela agência espacial norte-americana (NASA) no início de 2006, deverá chegar a Plutão.
Seu objetivo principal será caracterizar a geologia e a morfologia e mapear a superfície do planeta anão.
Plutão está em uma região longínqua do Sistema Solar, difícil de ser observada e nunca antes visitada por uma sonda espacial, razão pela qual se conhece muito pouco a seu respeito.
O que pouco se sabe também é que uma equipe de cientistas brasileiras está ajudando a preparar o terreno para que a missão seja o mais bem-sucedida possível.
Chamando a atenção da NASA
Para dar subsídios à passagem da sonda, reunindo o maior número de dados de modo a aumentar o sucesso da missão espacial e o trabalho de coleta de informações, pesquisadoras da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Guaratinguetá, têm conduzido uma série de estudos sobre o sistema do planeta anão.
Ana Helena Fernandes Guimarães e Silvia Giuliatti Winter identificaram, por meio de um conjunto de simulações numéricas e modelos analíticos, as chamadas regiões estáveis ao redor de Plutão e de sua maior lua, Caronte, as quais a New Horizons vai explorar.
Os resultados do trabalho foram apresentados em 2009 na Assembleia Geral da União Astronômica Internacional (UAI), que ocorreu no Rio de Janeiro, e chamaram a atenção da vice-chefe científica da missão, Lesley Young.
A cientista do Southwest Research Institute procurou Winter para discutir e fazer algumas simulações sobre essas regiões estáveis do sistema de Plutão-Caronte, que podem ter objetos acumulados da ordem de micrômetros a metros.
"Essas regiões são importantes porque podem acumular alguns materiais e representar um problema para a passagem da sonda espacial. Ou, ao contrário, ser o foco de exploração para tentar localizar e identificar objetos e registrar suas imagens", disse Winter.
Prevendo a descoberta das luas de Plutão
No início de 2011, o grupo da Unesp analisou as regiões estáveis tanto para partículas pequenas (da ordem de centímetros) como para satélites (da ordem de quilômetros) localizadas após a órbita de Caronte, onde foram descobertos em 2005 os satélites Nix e Hidra.
As previsões sobre a possibilidade de essas regiões terem satélites, e qual seria o tamanho máximo e a órbita (trajetória) deles, se concretizaram com a descoberta divulgada no fim de julho pela NASA de uma quarta lua na órbita de Plutão.
Telescópio Hubble descobre quarta lua de Plutão
O satélite, identificado por meio do telescópio espacial Hubble, encontra-se na região prevista e tem os tamanhos delimitados no estudo, que foi publicado em janeiro de 2011 na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
"A localização e o tamanho desse satélite, que foi provisoriamente denominado P4, corrobora nossos resultados. E se agora descobriram esse, que é o quarto satélite, possivelmente pode ter mais satélites em Plutão", disse Winter.
Planeta anão binário
Winter e sua equipe também descobriram que os efeitos de pressão da radiação solar são importantes mesmo na região onde está o sistema de Plutão. E que, se existir um anel no planeta anão, composto por partes originárias dos satélites Nix e Hidra, ele seria difícil de ser observado e muito mais tênue que os anéis de Júpiter.
De acordo com Winter, um dos motivos do interesse da comunidade astronômica internacional pelo estudo do sistema de Plutão-Caronte é que, além de nunca ter sido visitado e explorado por uma sonda espacial, ele representa um sistema único.
"Plutão-Caronte é o que chamamos de sistema binário, ou seja, a massa deles é bem próxima. Em função disso, o modelo dinâmico (de movimento) dele é diferente de um sistema como o de Júpiter e seus satélites. É uma especificidade desse corpo que nunca foi visto de perto", disse.
Bibliografia:
Exploring S-type orbits in the Pluto-Charon binary system
S. M. Giuliatti Winter, O. C. Winter, A. H. Fernandes Guimarães, M. R. Silva
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 404, Issue 1, pages 442-450
DOI: 10.1111/j.1365-2966.2010.16302.x
Gravitational effects of Nix and Hydra in the external region of the Pluto–Charon system
P. M. Pires dos Santos, S. M. Giuliatti Winter, R. Sfair
Monthly Notices of the Royal Astronomical Society
Vol.: 410, Issue 1, pages 273-279
DOI: 10.1111/j.1365-2966.2010.17437.x
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